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terça-feira, 10 de maio de 2016

Assalto à moda político brasileiro





Por ANA SIMPLÍCIA

O assalto ao Poder Executivo do país por um congresso de corruptos, comandado por Eduardo Cunha e Renan Calheiros, apoiado na mafia midiática e a setores do judiciário (vaza jato e zelotes), escancara o baixo nível do parlamento brasileiro, nem de longe representa o povo. 

A realidade é que o baixo nível dos parlamentares está mais associado ao sistema político financiado pela grana pura que a uma vontade livre do eleitor. Isso mesmo, não pode ir na conta dos que foram as urnas depositar seus votos, o despreparo desses parlamentares. 

De acordo com o El País, jornal espanhol, num artigo publicado em 19/04/16, "A crise política no Brasil", dos 513 deputados que ocupam cadeiras na Câmara Federal, apenas 36 foram eleitos pelo voto direto dos eleitores. Os demais 477 foram beneficiados pelo voto de legenda, oriundo de esdrúxulas coligações partidárias.

E sem querer justificar o injustificável, fica mais fácil compreender o que se viu no espetáculo do dia 17 de abril, quando deputados justificavam seu voto no golpe, dedicando à família, aos cachorros e as amantes... E pouquíssimos votos dedicados ao povo, suas lutas e seus anseios. Na verdade, assaltaram o voto do povo, à moda brasileira! 

Em 2015, o governo enviou a Câmara um Projeto de Reforma Política pra ser debatido, ajustado e votado, o que deveria ser mais que uma necessidade diante do descompasso entre povo e o parlamento.

Para evidenciar a pouca representatividade do povo no Congresso, tanto na Câmara dos deputados como no Senado, mostrando uma desproporção entre a população brasileira, onde mais da metade se declara negra ou parda e é constituída por mulheres, mas apenas 20,7% dos deputados na Câmara se declaram negros e somente 9,9% são mulheres, ou seja, a maior parte da população está sem representação, a Câmara é composta de brancos e de homens. 

Não apenas nisso se verifica a distorção, a bancada ruralista tem 30% dos deputados da Câmara, comprovando a falta de legitimidade dessa casa, na medida que suas cadeira são ocupadas por pessoas alheias ao povo. 

Para camuflar seus reais interesses votaram uma mini reforma, um engodo, fazendo tudo continuar como sempre esteve, com partidos de aluguel e com bancadas "BBBB" (bala, bíblia, bola e boi), o povo nada!

Assim segue a moda política brasileira, cujo ápice é esse assalto aos 54 milhões de votos  e  essa ruptura democrática. 

Ana Simplícia - jornalista formada pela UEPB

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