CORONAVÍRUS - FIOCRUZ

CORONAVÍRUS - FIOCRUZ
TIRES SUAS DÚVIDAS SOBRE A PANDEMIA

sábado, 11 de janeiro de 2014

Minha análise sobre o artigo de Singer na Folha de hoje


Autor: Rudá Ricci (leia a matéria completa)

Reproduzo, abaixo, o artigo de André Singer publicado na Folha de hoje.

A tese de Singer é clara:

1) O lulismo vive um impasse (assim como o Brasil, na visão do autor);

2) Para sustentar o crescimento econômico ascendente, Dilma se chocou com os interesses do mercado financeiro ao reduzir as taxas de juros;

3) Logo depois, o governo teria jogado a toalha e aumentado novamente a taxa de juros. Mas o "mercado" já havia taxado o governo de intervencionista e não lhe deu crédito algum pela mudança;

4) Finalmente, como o lulismo não é mobilizador e sua base social é muito despolitizada, o lulismo não consegue criar uma base política para quebrar este círculo vicioso político.

Sociólogo não faz mera reportagem do fato. Mesmo porque, todos nós somos formados para desconfiar deste conceito puro e cristalino do fato social (tanto na versão de Comte, quanto na de Durkheim).

Assim, Singer não terá apenas feito uma apresentação límpida e desinteressada dos fatos.

O que transparece neste artigo? Que o lulismo faz tudo para agradar a todos e o mercado financeiro, sedento, sempre lhe passa o pé. O autor, finalmente, quase que solicita que as forças populares se alinhem em favor de Dilma. Parece um esboço de campanha eleitoral.

O fato é simples: esta história nós já conhecemos no Brasil. Já vimos com Getúlio e com João Goulart. A conciliação de interesses de classe começa bem e termina de maneira desastrosa. Justamente porque só o governo se beneficia com a conciliação. Para o "mercado", ambiente de paz (sem ocupações de terra e greves ferozes) é salutar. E que fique por aí. Obviamente que o passo seguinte é avançar o sinal, já que a tarefa de casa estará feita.

Do ponto de vista das classes menos abastadas, a cooptação das instâncias de mediação política gera sua desmobilização constante e um movimento errático em relação ao apoio político. Poderá votar no lulismo ou numa terceira via mais vistosa e promissora, assim como pode apoiar as manifestações de rua ou apoiar a seleção brasileira de futebol. Tudo como Marx desenhou sobre o movimento do lumpensinato. Mas não estou citando apenas o lumpensinato. Estou citando toda base social e eleitoral do lulismo. Ela está frouxa e sem rumo, ao sabor daquele que dá mais.

A sorte do lulismo é que ninguém está dando mais que seus governos.

Mas o caminho da conciliação já fez vários mártires da semi-esquerda em nosso país. Tem gente que gosta do risco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário